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sábado, 24 de março de 2012

Bullying não é brincadeira!

O foco desta pesquisa é uma área de comportamento abusivo que não tem recebido praticamente nenhuma atenção – quando os professores praticam bullying contra os alunos. Para o objetivo deste estudo, bullying por professores (ou outros funcionários, incluindo os técnicos de esporte, que têm um controle de supervisão sobre os alunos) é definido como um padrão de conduta, enraizado num diferencial de poder, que ameaça, fere, humilha, induz medo ou provoca considerável stress emocional nos alunos.  Aqui se incluem comportamentos que qualquer pessoa razoável reconheceria como tendo um risco significativo de prejudicar os alunos.

Paralelos com o Bullying entre Pares e Outras Formas de Abuso
O bullying cometido por professores tem algumas semelhanças com o bullying entre pares. Também é um abuso de poder que tende a ser crônico e geralmente é expresso de forma pública. É uma forma de humilhação que gera atenção por degradar um aluno na frente dos outros. Com efeito, o bullying pode ser uma cerimônia pública de degradação em que as capacidades da vítima são rebaixadas e sua identidade é ridicularizada.

Da mesma forma, é deliberado, provável de estressar o alvo e tende a ser repetido. Igualmente significativo, o professor que pratica o bullying geralmente não recebe consequências negativas. Bem semelhante ao bullying entre pares. A sala de aula é o local mais provável de ocorrência, embora possa ocorrer em qualquer local em que os alunos estão sob supervisão de adultos.

O processo de mirar os alunos e as consequências de sofrer bullying de um professor também podem ser muito semelhantes ao bullying entre pares. As vítimas podem ser escolhidas com base na aparente vulnerabilidade (p.ex., alguém que não vai reagir ou porque o alvo é visto como alguém que os outros não vão defender (p.ex., gay ou lésbica) ou por causa de algum atributo pessoal desvalorizado. Quando vira o alvo, a vítima é tratada de uma maneira que a deixa à parte dos pares. Pode haver referências frequentes sobre como o aluno difere dos outros que provavelmente são mais capazes ou valorizados. Como resultado, o aluno pode também passar a ser um bode expiatório entre os colegas.

Os professores que cometem o bullying acham que sua conduta abusiva é justificada e vão alegar provocação por seus alvos. Geralmente disfarçam seu comportamento como “motivação” ou como uma parte apropriada do ensino. Também disfarçam o abuso como uma apropriada resposta disciplinar a um comportamento inaceitável do alvo.  O alvo, no entanto, está submetido à humilhação deliberada que não pode nunca servir a um propósito educativo legítimo.

Alunos que sofrem bullying de professores experienciam confusão, raiva, medo, dúvidas e profunda preocupação a respeito de suas competências acadêmicas e sociais. Não saber por que foi escolhido como alvo, ou o que precisa fazer para parar com o bullying, pode estar entre os aspectos mais estressantes de ser excluído e tratado de forma injusta. Com o passar do tempo, especialmente se ninguém intervier, o alvo pode passar a se culpar pelo abuso e assim ter um sentimento pervasivo de desesperança e desvalorização.
Da mesma forma que os alunos bullies, os professores podem empregar uma série de métodos para desviar-se de queixas reais ou imaginadas sobre sua conduta ofensiva. Um método comum é tentar convencer os alvos que eles são paranoicos ou malucos, que entenderam mal o comportamento em questão ou que isto só existe na cabeça deles.

Também é comum para os bullies impugnar os motivos ou desempenho dos alunos , colegas e supervisores que registram uma queixa.  Por exemplo, um professor abusivo pode argumentar que o aluno que está se queixando está simplesmente tentando se desculpar por seu desempenho acadêmico “questionável”. Isto desvia a atenção da conduta imprópria do professor para uma discussão de “padrões” e para a motivação do aluno ao se queixar.  Isto também tem o efeito minimizador de sugerir aos outros que o que está acontecendo é meramente uma “diferença pessoal” ao invés de um abuso sistemático de poder.
O bullying praticado por professores produz um clima hostil indefensável no terreno acadêmico; ele diminui a aprendizagem e a capacidade dos alunos atingirem um bom desempenho.

A ameaça de danos no bullying por professores tende a ser não-física, porém é invasiva e poderosa. Como seres sociais, os humanos temem o isolamento e humilhação tanto quanto (se não mais) o dano físico. Isto quer dizer que a ameaça de humilhação pode ser usada como uma arma… Os alunos que são alvos de professores podem se sentir numa armadilha onde quem abusa é todo-poderoso… Qualquer queixa sobre o comportamento abusivo coloca o aluno em risco de retaliação pelo professor, incluindo o uso das notas como sanção.

Respostas a Bullying praticado por professor
CASO 1 - Hellen: 04/03/2012 às 11:19 pm
Minha professora mora na minha rua, e acaba vendo eu fazendo coisas do dia á dia, como ir na casa de um amigo ou até mesmo sair, ficar na porta conversando.  Só que na sala de aula ela fica jogando piadinhas na frente da sala toda a respeito da minha vida fora da escola, questionando o meu caráter como mulher (sexo feminino).

Isso pode e deve ser considerado como bullying?  preciso muito de ajuda pois não sei como contar pra minha mãe e ta me afetando tanto que nem mesmo frequentar a escola eu não quero, e era uma coisa que eu não tinha problema .

RESPOSTA: 05/03/2012 às 8:51 pm
Hellen, este comportamento certamente não é o que deve ser adotado por uma professora. Pode até ser considerado bullying, sim!
Você precisa contar para a sua mãe o mais rápido possível e, JUNTAS, resolverem o que devem fazer. A professora e a escola precisam saber que a atitude dela não é correta e que está te prejudicando. Coragem! Se você contar vai melhorar. Um beijo e escreva sempre que quiser.

CASO 2 - Mãe:  02/02/2012 às 11:23 pm
Minha filha nem começou a ir a escola e a professora já a esta chamando de lerda o tempo todo, isto a meu ver é um tipo de bullying, como devo agir?

RESPOSTA: 03/02/2012 às 10:10 am
A professora já conhece a sua filha? Como ela está dizendo isto se as aulas nem começaram?
Infelizmente isto acontece e é uma atitude despropositada por parte do professor. Muitas vezes é o professor que provoca o bullying entre colegas. Você deve imediatamente dizer a esta professora que você não admite que ela faça isto. É uma forma de cortar o mal pela raiz. Acompanhe durante o ano e peça à sua filha para lhe contar se isto se repetir.

CASO 3 - Ana Paula Ferrari: 11/08/2011 às 8:31 pm
Curso Pedagogia (5º período) e leciono numa turma de 3º ano (8 e 9 anos), escola pública, no Espírito Santo.
Este é o tema chave do meu Artigo Científico, eu o escolhi por infelizmente estar vendo ocorrer com muita frequencia no meu local de trabalho, entre colegas e seus alunos, fico estarrecida ao ouvir os comentários de meus colegas no horário do recreio sobre atitudes que tomam em relação aos alunos, palavras que dizem, ações que praticam e ainda conseguem fazer piadas sobre o fato, sem nem se importarem com quem ouve e nas consequencias para o aluno, isso me entristece muito pois vejo o quanto as crianças estão sendo agredidas por aqueles aos quais deveriam lhes passar segurança.
Na sua maioria são profissionais com mais de 15 anos de carreira, efetivos e sem graduação, pelo menos este é o perfil que tenho observado nas escolas que tenho feito minha pesquisa.

Fonte: http://bullyingnaoebrincadeira.com.br/material-para-pesquisa/bullying-praticado-por-professor/

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